segunda-feira, 12 de março de 2007

SEM QUE SOUBESSES



Eu cantei este amor sem que soubesses.
Falei de ti com as palavras mais limpas,
viajei (sem que soubesses) no teu interior.
Fiz-me degrau para pisares, mesa para comeres,
tropeçavas em mim e eu era uma sombra
ali posta para não reparares em mim.

Andei pelas praças anunciando o teu nome,
chamei-te barco, flor, incêndio, madrugada.
Em tudo o mais usei de parcimónia
a que me forçava aquele ardor exclusivo.

Hoje os versos são para entenderes.
Reparto contigo um óleo inesgotável
que trouxe escondido aceso na minha lâmpada
brilhando (sem que soubesses) por tudo o que fazias.


Fernando Assis Pacheco

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