- Olha só luisinho! Rápido! A estrela cadente! - Tio Antenor ficava todas as noites junto com seu sobrinho tentando lhe mostrar uma estrela cadente, só que ele nunca conseguira vê-las.
- Eu não vi tio! - respondia o garoto.
- Você tem que prestar atenção. É um risco no céu, um risco de estrela que passa bem rápido e que a gente nunca mais esquece.
Depois que o tio ia embora, Luisinho ainda ficava olhando para o céu tentando ver a tal estrela, mas sempre se distraía: uma hora era um grilo, outra uma coruja. Logo vinha o sono e ele também adormecia.
Certo dia Luisinho ganhou um balão de gás. Era um balão prateado bem bonito e redondo. Ficou com muita vontade de mostrá-lo para o tio e, como todas as noites, saiu correndo para encontrá-lo.
Levou o balão bem seguro em sua mão.
Logo avistou o tio Antenor no campo e começou a correr cada vez mais. Quanto mais corria, mais distânte parecia ficar. Foi então que percebeu que estava flutuando, o balão prateado o levava cada vez mais alto no céu.
- Tio Antenor! Tio Antenor! - gritava ele enquanto o balão ia calmamente subindo, subindo e subindo...
Era inútil, ninguém podia ouvi-lo.
Tudo estava ficando muito pequeno. Lá do alto podia ver sua casa, seu colégio, o campo e quase toda a cidade. Enquanto procurava pela casa de seu tio foi surpreendido por uma voz.
- Olá, você é novo aqui?
Luisinho não podia acreditar que alguém estivesse falando com ele, afinal estava tão alto que logo poderia estar chegando a lua.
- Estou falando com você!
Foi então que olhou para o lado e viu uma estrelinha com um grande sorriso.
- Que tipo de estrela é você? - Perguntou ela - Eu nunca vi você por aqui antes.
- Eu não sou uma estrela - Respondeu ele - Sou um menino!
- Um menino? Será que você não é uma estrela anã como eu? disse ela que era muito curiosa.
- Não! - continuou Luisinho - Eu... - De repente a estrelinha se aproximou tanto que nem percebeu quando uma de suas pontas esbarrou no balão. - Cuidado! - gritou o garoto - você vai furar meu balãoooooooooooooooooo.........
Dito e feito. O balão explodiu e Luisinho começou a cair e cair. Tão rápido que quem o visse de longe poderia pensar que era uma estrela cadente.
- Socorroooooooooooo!!!!!!!!!!!
- Acorda, acorda!!
- Socorro, estou caindo!!!!! - Luisinho abriu os olhos e viu um risco brilhante cortando o espaço escuro.
- Calma Luisinho, você estava sonhando. Aquilo era uma estrela cadente.
Tio Antenor estava ao seu lado. Então foi tudo um sonho. Acordou justamente no momento certo, na hora de ver a sua primeira estrela cadente.
Mas até hoje ele pensa que cada estrela cadente é um menino sonhador caindo do céu
Manuel Filho
